13 de abr. de 2013

Erotismo e Frustração

Li uma longa matéria no “Valor Econômico” que trata sobre pornografia e sua interferência no nosso cotidiano. De cara, estranhei o uso da palavra pornografia, que eu trocaria por excesso de erotismo ou qualquer coisa menos alarmista, mas se pornografia é tudo aquilo que incita a sexualidade, talvez o uso do termo seja exato e estejamos mesmo em plena overdose de algo que parece apenas divertido, mas não é apenas divertido. Às vezes, não é sequer divertido.

Pornografia era aquilo que buscávamos fora de casa, nos cinemas com programação especializada, em shows para adultos, em lugares quase clandestinos, o que favorecia a excitação. Então surgiu o videocassete e a pornografia entrou em casa, já não era preciso consumi-la na rua. Mais um pouquinho e veio a TV a cabo e a Internet, e o que era um prazer com ares de ilícito passou a ser escancarado e de livre acesso a qualquer um, em qualquer horário. O sexo trivializou-se, o corpo passou a ser mais valorizado que o cérebro e uma certa estética libidinosa ganhou todos os espaços — mídia impressa, eletrônica e virtual, manhã, tarde e noite.

Tudo em nome da liberdade, que é sagrada. Mas até onde a gente avançou ou retrocedeu? Antes as mulheres se queixavam quando eram tratadas como objetos sexuais, agora fazem questão absoluta de sê-lo. Quem não tem peitão, bundão e bocão — ou tiver e não fizer bastante uso deles — está fora do jogo, não é deste século, perdeu o bonde da História. É este o recado que a gente recebe 24 horas por dia através de cartazes publicitários, cenas de novela, sites da internet. Seja boazuda ou morra.

Sexo é a coisa mais formidável que existe, em todas as suas formas e variações, exceto com crianças. Sexo é saudável, natural, alegre, dinâmico, valioso, essencial. E o mais importante: íntimo. Assunto seu. Assunto meu. Particular. Exclusivo. Secreto. Algum mistério a gente tem que preservar nesta vida, senão qual é a graça?

Sem algum pudor e mistério, barateamos nosso preço. Vamos todos para as prateleiras de R$ 1,99. Fica todo mundo à venda. “Quero dar muito beijo na boca” é a frase mais repetida por aí. Eu também quero, a empregada lá de casa também, nossos primos, nossos psicanalistas, todo mundo quer uma fatia deste bolo, está todo mundo morto de tesão. Só que sexo não mata todas as nossas fomes.

Algumas pessoas têm transado pra caramba e estão afundadas em frustração. Outras não têm transado nada e estão atoladas na mesma frustração. Tudo parece tão fácil, tão ao alcance, é só pegar… Uns vivenciam, outros fantasiam, e a insatisfação é a mesma, nosso isolamento emocional lateja, o espaço pro sentimento é quase nenhum. E pensar que esta fartura de sacanagem um dia foi nosso sonho de consumo.

Nem pensar numa reação puritana ou em abrir a guarda para que tentem nos converter, resgatar, trazer de volta ao rebanho, essas coisas que envolvem sermões intermináveis e lavagens cerebrais. Creio que podemos dar conta sozinhos desta encrenca em que nos metemos, talvez tentando controlar nossa ansiedade dedicando-nos mais aos livros do que à TV, mais à música do que ao computador, mais ao silêncio do que às baladas.

Não virando refém de modismos e muito menos entrando em ondas que não são a nossa. Não acreditando em tudo o que se vê e em tudo o que se diz: ninguém está assim tão mais feliz que a gente. Mas há os que estão bem à vontade, sim. Geralmente são aqueles que não se rendem a esta vulgarização explícita e ainda preservam uma certa pureza original, que é muito bem-vinda. O sexo pelo sexo, superexposto no dia-a-dia, nos tenta, nos tonteia, mas não responde quase nada do que realmente queremos saber sobre nós mesmos.

Martha Medeiros

11 de abr. de 2013

Amor... Respeito... e Liberdade!

Aquilo que existe em mim e faz parte de mim, pode ser transformado,
...Se eu quiser.

Aquilo que é do outro, só pode ser transformado por ele... 
E será compreendido e aceito por mim dentro dos meus limites... 
...Se existir respeito.

Posso falar ao outro como me sinto em relação ao que ele faz ou diz,
...Se houver liberdade.

Não posso afirmar: “Aquilo que o outro fez ou disse me feriu”...
Eu é que me feri com aquilo que ele disse... 
Tenho opções...

Eu sou dono das minhas emoções, sensações e sentimentos...
Também das minhas atitudes, pensamentos e palavras! 
Maravilha!

Não é coerente dizer que fiz algo para alguém, só porque alguém fez isso comigo primeiro...
Se eu agisse assim, eu seria apenas resposta e eco, 
Sem vida... 

É mais valioso optar por agir ao invés de apenas reagir...
É mais sensato perceber que sou dono das minhas ações e se faço algo...
Sou o responsável.

Por isso... Tenho escolhas...
Reconheço que as rédeas do meu destino estão em minhas mãos... 
E me recuso a segurar as rédeas do destino do outro...
É meu direito.

Busco o Amor em sua mais bela expressão...
E, por isso abro mão de querer ter o controle sobre a vida do outro...

Quero amar com liberdade!
Quero amar com plenitude!
Quero amar, antes de tudo...
Porque é bom amar...
Com respeito e liberdade!

Kali Mascarenhas

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