2 de dez. de 2013

Arrogantes e Prepotentes

Todos nós temos pelo menos duas imagens: uma real, que é o somos de fato; e outra idealizada, aquela que sonhamos ser. Em muitos casos elas não estão de acordo, em outros, existe um abismo intransponível entre cada uma. Pela distância entre elas, algumas pessoas não suportam sua essência real, que se julgam medíocre e, através de mecanismos de defesa, tentam calar seu verdadeiro eu.

Os arrogantes são pessoas com uma autoestima jogada na fossa. Não tem o mínimo de amor-próprio, autorrespeito zerado e autoconfiança no negativo. No entanto, para se apresentar para a sociedade não podem expor sua insignificância. Então, a angústia e o desvalor de ser quem é se transforma em altivez, em orgulho, em superioridade mascarada. Um disfarce para esconder seus verdadeiros sentimentos de baixa autoestima. Uma neurose acentuada característica de alguém que acumulou frustrações na forma de um ódio para consigo próprio.

O prepotente é aquele que usa do poder para satisfazer suas vontades e caprichos pessoais. Muitos arrogantes são pretensos prepotentes. Quando precisam alcançar uma posição de superioridade, como no trabalho, podem se apresentar como bajuladores puxa-sacos (denunciando sua posição inferior) ou como um servidor-militante que rompe com os semelhantes justificando por sua causa maior. Se chegam ao poder desejado, estabelecem um poder coercitivo, baseado no temor imposto pelos liderados. A legitimação de um cargo superior é o certificado da prepotência para o arrogante.

Os teóricos da Administração contemporânea compreendem que a liderança não é um cargo, é um fenômeno social expresso a partir das características subjetivas do líder. Assim, por mais que tenham posição social ou institucional elevada, os arrogantes e prepotentes nunca conquistarão para si a imagem idealizada de superioridade de fato e se sustentarão na fachada postiça de um prenome.


Ulisses Nascimento
Psicólogo CRP-02/15.389


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