4 de mar. de 2014

Anos 80 - Um Museu De Grandes Novidades

No meu tempo, curso obrigatório era de datilografia. Imprescindível, para qualquer trabalho, porque no meu tempo, os computadores eram enormes e só servia a alguns privilegiados. A maioria dos escritórios funcionava mais ou menos da mesma maneira que no começo do século. Arquivos de metal, máquinas de escrever, papel carbono e memorandos faziam parte do dia a dia.

No meu tempo uma máquina elétrica era o máximo do chiquê.

No meu tempo não tinha telefone celular, aqui no Brasil. Nos filmes de seriado, os atores falavam em telefones, nos carros, quase uma ficção cientifica. Os celulares existiam, mas tinham o tamanho de uma caixa de sapatos.

No meu tempo vitrola não chamava mais vitrola, mas se chamava som. Ainda existiam discos de vinil mas a modernidade era tocar cds. Eu ouvia os cds da Rita Lee, da Blitz, do Cazuza. Um toca-fita instalado no carro era comum, mas um toca-cd era o auge da sofisticação.

Meu pai ia a boate, mas eu, ia a discoteca e me acabava dançando a noite inteira.

A Sonia Braga apareceu numa novela, elegantérrima , de meia de lurex e sandália, dançando numa discoteca. No meu tempo, meia com sandália não era cafona.

No meu tempo o homem foi a Lua, se não tivesse ido, o famoso “ moonwalker” do Michael Jackson não existiria. Marcou presença também o “Thriller”,o melhor vídeo clipe já produzido até hoje.

No meu tempo, menina brincava de boneca e menino brincava de boneco. As meninas tinham as Barbies e Suzies e os meninos brincavam de Falcon, de Batman, de Super Homem, o homem de seis milhões de dólares tinha até uma lente de aumento no olho, um olho biônico.

O “genius” foi o primeiro brinquedo eletrônico que fez grande sucesso com a molecada, que hoje se concentra em jogos de vídeo games.

No meu tempo, menino e menina brincavam também com os mais de 500 bonecos do playmobil e para endoidar a cabeça, nada mais nada menos que o “cubo mágico”.

Embora o Monteiro Lobato não fosse dessa época, seus personagens habitavam a minha televisão. Todo dia, de manhã e a tarde, as crianças se encantavam com as aventuras da Emília, do Visconde, do Pedrinho e da Narizinho. E a Xuxa tinha uma nave espacial, cheia de luzes piscando, que soltava fumaça e decolava no final do programa.

No meu tempo não tinha tv a cabo, mas tinha tv colorida. A gente podia gravar programa na tv com gravador de vídeo cassete, e todo mundo era sócio de locadora e podia assistir aos filmes que quisessem em casa.

No meu tempo o cinema era as 2,4,6,8 e 10 hs ,e só vendia bala ou chocolate. A pipoca vinha da carrocinha estacionada na entrada.

Fizeram o maior sucesso os filmes Guerra nas estrelas, Indiana Jones, Blade Runner, Et – o extraterrestre, Flash Dance e o aterrorizante Brinquedo assassino.

Os enlatados faziam sucesso – entre eles se destacavam – o Incrível Hulk, um brutamontes verde, na verdade um cientista que sofria transformação quando se enraivecia, além da Mulher Maravilha, e as panteras, cujos penteados eram copiados a exaustão.

No tempo do meu pai, comedia brasileira era com Oscarito e Grande Otelo. No meu tempo,era com Os Trapalhões, que batiam recorde de bilheteria.

No meu tempo todo mundo jogava na loteria esportiva, na esperança de dias melhores. A zebrinha anunciava os resultados, no domingo a noite.

No meu tempo também, todo mundo via novela, O reino de Avilã era uma parodia sobre o Brasil, e quem foi mesmo que matou Odete Roitman? E a viúva Porcina fazia sucesso com seus exageros.

O Carnaval começava a se estruturar, nos moldes contemporâneos. Afinal, Chico Buarque já cantava....
... ♫ ...Vai passar, nessa avenida um samba popular. Cada paralelepípedo da velha cidade, essa noite vai se arrepiar, ao lembrar que aqui passaram sambas imortais, que aqui sangraram pelos nossos pés, que aqui sambaram nossos ancestrais... ♫ ...

Rosa Magalhães 
Carnavalesca da Escola de Samba "Dragões da Real", enredo do Carnaval de 2014.
Baseado em artigo de Arthur Xexéo (sobre lembranças de anos anteriores)


2 de mar. de 2014

O Valioso Tempo dos Maduros

Contei meus anos e descobri que terei menos tempo para viver daqui para a frente do que já vivi até agora.
Tenho muito mais passado do que futuro.
Sinto-me como aquele menino que recebeu uma bacia de cerejas...
As primeiras, ele chupou displicente, mas percebendo que faltam poucas, rói o caroço.
Já não tenho tempo para lidar com mediocridades.
Não quero estar em reuniões onde desfilam egos inflamados.
Inquieto-me com invejosos tentando destruir quem eles admiram, cobiçando seus lugares, talentos e sorte.
Já não tenho tempo para conversas intermináveis, para discutir assuntos inúteis sobre vidas alheias que nem fazem parte da minha.
Já não tenho tempo para administrar melindres de pessoas, que apesar da idade cronológica, são imaturos.
Detesto fazer acareação de desafetos que brigaram pelo majestoso cargo de secretário geral do coral.
‘As pessoas não debatem conteúdos, apenas os rótulos’.
Meu tempo tornou-se escasso para debater rótulos, quero a essência, minha alma tem pressa…
Sem muitas cerejas na bacia, quero viver ao lado de gente humana, muito humana; que sabe rir de seus tropeços, não se encanta com triunfos, não se considera eleita antes da hora, não foge de sua mortalidade.
Caminhar perto de coisas e pessoas de verdade,
O essencial faz a vida valer a pena.
E para mim, basta o essencial!
Mário de Andrade


20 de fev. de 2014

Nem Tudo é Fácil!

É difícil fazer alguém feliz, 
assim como é fácil fazer triste. 
É difícil dizer eu te amo, 
assim como é fácil não dizer nada
É difícil valorizar um amor, 
assim como é fácil perdê-lo para sempre.
É difícil agradecer pelo dia de hoje, 
assim como é fácil viver mais um dia.
É difícil enxergar o que a vida traz de bom, 
assim como é fácil fechar os olhos e atravessar a rua.
É difícil se convencer de que se é feliz, 
assim como é fácil achar que sempre falta algo.
É difícil fazer alguém sorrir, 
assim como é fácil fazer chorar.
É difícil colocar-se no lugar de alguém, 
assim como é fácil olhar para o próprio umbigo. 

Se você errou, peça desculpas...
É difícil pedir perdão? 
Mas quem disse que é fácil ser perdoado?
Se alguém errou com você, perdoa-o...
É difícil perdoar? 
Mas quem disse que é fácil se arrepender?
Se você sente algo, diga...
É difícil se abrir? 
Mas quem disse que é fácil encontrar alguém que queira escutar?
Se alguém reclama de você, ouça...
É difícil ouvir certas coisas? 
Mas quem disse que é fácil ouvir você?
Se alguém te ama, ame-o...
É difícil entregar-se?
Mas quem disse que é fácil ser feliz?
Nem tudo é fácil na vida...
Mas, com certeza, nada é impossível
Precisamos acreditar, ter fé e lutar para que não apenas sonhemos, 
Mas também tornemos todos esses desejos,
realidade!!!
Cecília Meireles


6 de fev. de 2014

O Cético e o Lúcido

No ventre de uma mulher grávida estavam dois bebês.
O primeiro pergunta ao outro:
- Você acredita na vida após o nascimento?
- Certamente. Algo tem de haver após o nascimento. Talvez estejamos aqui principalmente porque nós precisamos nos preparar para o que seremos mais tarde.
- Bobagem, não há vida após o nascimento. Como verdadeiramente seria essa vida?
- Eu não sei exatamente, mas certamente haverá mais luz do que aqui. Talvez caminhemos com nossos próprios pés e comeremos com a boca.
- Isso é um absurdo! Caminhar é impossível. E comer com a boca? É totalmente ridículo! O cordão umbilical nos alimenta. Eu digo somente uma coisa: A vida após o nascimento está excluída - o cordão umbilical é muito curto.
- Na verdade, certamente há algo. Talvez seja apenas um pouco diferente do que estamos habituados a ter aqui.
- Mas ninguém nunca voltou de lá, depois do nascimento. O parto apenas encerra a vida. E afinal de contas, a vida é nada mais do que a angústia prolongada na escuridão.
- Bem, eu não sei exatamente como será depois do nascimento, mas com certeza veremos a mamãe e ela cuidará de nós.
- Mamãe? Você acredita na mamãe? E onde ela supostamente está?
- Onde? Em tudo à nossa volta! Nela e através dela nós vivemos. Sem ela tudo isso não existiria.
- Eu não acredito! Eu nunca vi nenhuma mamãe, por isso é claro que não existe nenhuma.
- Bem, mas às vezes quando estamos em silêncio, você pode ouvi-la cantando, ou sente, como ela afaga nosso mundo. Saiba, eu penso que só então a vida real nos espera e agora apenas estamos nos preparando para ela.

E se essa conversa fosse sobre a existência de vida após a morte?
Reflita sobre isso!
(Desconheço o Autor)


22 de jan. de 2014

Não Seja de Vidro

O melindre costuma causar estragos nas relações humanas. Por excesso de sensibilidade, amizades são rompidas e grupos se desfazem.

A pessoa melindrosa ofende-se com muita facilidade. Ela identifica intenções ofensivas nas coisas mais banais. Uma simples brincadeira ou uma palavra mal escolhida podem fazê-la sentir-se gravemente ofendida.

Uma criatura tão delicada, fica sempre atenta aos atos e dizeres dos outros. Se encontra qualquer coisa remotamente parecida com uma crítica, melindra-se. Esse modo específico de sentir revela uma grande vaidade.

O melindroso imagina-se o centro das atenções aonde quer que vá. Acredita que os outros se preocupam em excesso com ele. Justamente por isso, pensa que tudo o que é feito ou dito a sua volta refere-se a sua pessoa.

E a realidade é que os homens gastam muito pouco tempo preocupando-se de forma definida com seus semelhantes. Cada qual tem sua vida e seus problemas. 

Salvo se você for uma sumidade em determinada área, provavelmente os que o rodeiam não se ocupam particularmente com seus atos.

Fora de seu grupo familiar, raramente alguém se detém para esmiuçar seu proceder. E quando o faz, é por breve tempo.

Não se imagine o centro do mundo. Os outros não falam ou agem com o firme propósito de ofendê-lo. Eles nem pensam muito em você. Não seja de vidro no trato com os semelhantes. Não veja ofensas onde elas não existem. Preocupe-se com a essência das coisas.

O corre-corre do mundo moderno nem sempre permite que tudo seja dito ou feito com a suavidade desejável. Certamente você também não pensa inúmeras vezes em cada palavra que diz. E igualmente não pauta sua vida pelo interesse de atingir os que o rodeiam. Muitos de seus atos e palavras podem ser mal interpretados.

Ocorre que quem procura razão para sentir-se ofendido certamente encontrará. Trata-se principalmente de um estado de espírito.

Conscientize-se dessa realidade. Não se imagine mais importante do que na realidade é. Viva com leveza e bonomia. Se alguém criticar algo que você tenha feito, não se ofenda. Não torne tudo pessoal.

A crítica nem sempre é destrutiva. Aceite que você às vezes falha. As observações dos amigos podem auxiliá-lo a ser melhor. Procure tolerar sem melindre, mesmo alguma observação maliciosa a seu respeito.

Em um ambiente descontraído, com freqüência alguém é motivo de piadas. Trata-se de uma dinâmica especial de certos locais. E a intenção raramente é ofender. Tanto é assim que se altera constantemente o alvo da troça. É necessário que os participantes de um grupo ou meio social tenham liberdade uns com os outros.

Evidentemente, há limites para tudo. Mas sem uma certa dose de sinceridade e espontaneidade, resta somente a formalidade e a hipocrisia. Em um clima hipócrita, nada de real se cria e ninguém se sente seguro e à vontade.

Assim, seja leve em seu viver. Não se ofenda a todo instante, por tudo e por nada. Isso apenas o isolará de seus semelhantes, sem qualquer resultado útil.

Pense nisso!
 Equipe de Redação do Momento Espírita.


2 de dez. de 2013

Arrogantes e Prepotentes

Todos nós temos pelo menos duas imagens: uma real, que é o somos de fato; e outra idealizada, aquela que sonhamos ser. Em muitos casos elas não estão de acordo, em outros, existe um abismo intransponível entre cada uma. Pela distância entre elas, algumas pessoas não suportam sua essência real, que se julgam medíocre e, através de mecanismos de defesa, tentam calar seu verdadeiro eu.

Os arrogantes são pessoas com uma autoestima jogada na fossa. Não tem o mínimo de amor-próprio, autorrespeito zerado e autoconfiança no negativo. No entanto, para se apresentar para a sociedade não podem expor sua insignificância. Então, a angústia e o desvalor de ser quem é se transforma em altivez, em orgulho, em superioridade mascarada. Um disfarce para esconder seus verdadeiros sentimentos de baixa autoestima. Uma neurose acentuada característica de alguém que acumulou frustrações na forma de um ódio para consigo próprio.

O prepotente é aquele que usa do poder para satisfazer suas vontades e caprichos pessoais. Muitos arrogantes são pretensos prepotentes. Quando precisam alcançar uma posição de superioridade, como no trabalho, podem se apresentar como bajuladores puxa-sacos (denunciando sua posição inferior) ou como um servidor-militante que rompe com os semelhantes justificando por sua causa maior. Se chegam ao poder desejado, estabelecem um poder coercitivo, baseado no temor imposto pelos liderados. A legitimação de um cargo superior é o certificado da prepotência para o arrogante.

Os teóricos da Administração contemporânea compreendem que a liderança não é um cargo, é um fenômeno social expresso a partir das características subjetivas do líder. Assim, por mais que tenham posição social ou institucional elevada, os arrogantes e prepotentes nunca conquistarão para si a imagem idealizada de superioridade de fato e se sustentarão na fachada postiça de um prenome.


Ulisses Nascimento
Psicólogo CRP-02/15.389


20 de out. de 2013

Necessário e Dispensável

O consumismo atual responde por muitos problemas.

As indústrias do supérfluo apresentam no mercado da vacuidade um sem-número de produtos desnecessários, que aturdem os indivíduos.

Estimulados pela propaganda bem elaborada, desejam comprar, mesmo sem poder, o que vêem, o que lhes é apresentado, numa volúpia crescente.

Objetos e máquinas que são o último modelo, em pouco tempo passam para o penúltimo lugar, até ficarem esquecidos em armários ou depósitos de coisas sem valor.

No entanto, se não fossem adquiridos, naquela ocasião, a vida perderia o sentido para quem os não comprasse.

Consumismo é fantasia, transferência do necessário para o secundário.

O consumidor que não reflete antes de adquirir, termina consumido pelas dívidas que o atormentam.

Muita gente faz compras, por mecanismos de evasão.

Insatisfeitas consigo mesmas, fogem adquirindo coisas mortas, e mais se perturbando.

Enquanto grande número de indivíduos se afogam no oceano do supérfluo, multidões inteiras não possuem o indispensável para uma vida digna.

Abarrotados, uns, com coisas nenhumas, e outros vitimados por terrível escassez.

São os paradoxos do século e do comportamento materialista-utilitarista da atualidade.

Confere a necessidade legítima, antes de te permitires o consumismo.

Coisas de fora não equacionam estados íntimos. Distraem a tensão por um momento, sem que operem real modificação interior.

Quando o excesso te visite, reparte-o com a escassez ao teu lado.

Controla e dirige a tua vontade, a fim de não seres uma vítima a mais do tormento consumista.

Divaldo Pereira Franco
Espírito Joanna de Ângelis


11 de out. de 2013

Família Espiritual e Corporal

Nosso núcleo familiar consanguíneo é o primeiro agrupamento em que nos compete fazer o Bem. Mas não é o único, pois nossa família é a Humanidade inteira.

Jesus explica o conceito de família espiritual na passagem do Evangelho de Mateus, capítulo 12, versículos 46 a 50:

“Enquanto ele ainda falava à multidão, a mãe e os irmãos dele estavam de fora, procurando falar-lhe. E alguém disse-lhe: ‘olha, tua mãe e teus irmãos estão lá fora e procuram falar-te’. Mas ele respondeu ao que lhe falava: ‘quem é minha mãe e quem são meus irmãos’? E estendendo a mão para seus discípulos, disse: ‘Eis minha mãe e meus irmãos; porque aquele que fizer a vontade de meu Pai que está nos céus, esse é meu irmão, irmã e mãe!’”
Allan Kardec, o Codificador da Doutrina Espírita, no Capítulo XIV de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, assim analisa esta passagem evangélica:

"Os que encarnam numa família, sobretudo como parentes próximos, são, as mais das vezes, Espíritos simpáticos, ligados por anteriores relações, que se expressam por uma afeição recíproca na vida terrena.
Mas, também pode acontecer sejam completamente estranhos uns aos outros esses Espíritos, afastados entre si por antipatias igualmente anteriores, que se traduzem na Terra por um mútuo antagonismo, que aí lhes serve de provação.
Não são os da consanguinidade os verdadeiros laços de família e sim os da simpatia e da comunhão de ideias, os quais prendem os Espíritos antes, durante e depois de suas encarnações.
Segue-se que dois seres nascidos de pais diferentes podem ser mais irmãos pelo Espírito, do que se o fossem pelo sangue.
Podem então atrair-se, buscar-se, sentir prazer quando juntos, ao passo que dois irmãos consanguíneos podem repelir-se, conforme se observa todos os dias: problema moral que só o Espiritismo podia resolver pela pluralidade das existências. (Cap. IV, nº 13.)
Há, pois, duas espécies de famílias: as famílias pelos laços espirituais e as famílias pelos laços corporais. Duráveis, as primeiras se fortalecem pela purificação e se perpetuam no mundo dos Espíritos, através das várias migrações da alma; as segundas, frágeis como a matéria, se extinguem com o tempo e muitas vezes se dissolvem moralmente, já na existência atual.
Foi o que Jesus quis tornar compreensível, dizendo de seus discípulos: "Aqui estão minha mãe e meus irmãos pelos laços do Espírito, pois todo aquele que faz a vontade de meu Pai que está nos céus é meu irmão, minha irmã e minha mãe.”

Leia mais no endereço: Lições dos Espíritos


1 de out. de 2013

Somos Queijo Gorgonzola

Estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, estamos envelhecendo, só ouço isto. No táxi, no trânsito, no banco, só me chamam de senhora. E as amigas falam “estamos envelhecendo”, como quem diz “estamos apodrecendo”. Não estou achando envelhecer esse horror todo. Até agora. Mas a pressão é grande. Então, outro dia, divertidamente, fiz uma analogia.

O queijo Gorgonzola é um queijo que a maioria das pessoas que eu conheço gosta. Gosta na salada, no pão, com vinho tinto, vinho branco, é um queijo delicioso, de sabor e aroma peculiares, uma invenção italiana, tem status de iguaria com seu sabor sofisticadíssimo, incomparável, vende aos quilos nos supermercados do Leblon, é caro e é podre. É um queijo contaminado por fungos, só fica bom depois que mofa. É um queijo podre de chique. Para ficar gostoso tem que estar no ponto certo da deterioração da matéria. O que me possibilita afirmar que não é pelo fato de estar envelhecendo ou apodrecendo ou mofando que devo ser desvalorizada.

Saibam: vou envelhecer até o ponto certo, como o Gorgonzola. Se Deus quiser, morrerei no ponto G da deterioração da matéria. Estou me tornando uma iguaria. Com vinho tinto sou deliciosa. Aos 50 sou uma mulher para paladares sofisticados. Não sou mais um queijo Minas Frescal, não sou mais uma Ricota, não sou um queijo amarelo qualquer para um lanche sem compromisso. Não sou para qualquer um, nem para qualquer um dou bola, agora tenho status, sou um queijo Gorgonzola.

Maitê Proença

28 de set. de 2013

Tire o Pó se Precisar

Não deixe suas panelas brilharem mais do que você!!!! 

Não leve a faxina ou o trabalho tão a sério!

Pense que a camada de pó vai proteger a madeira que está por baixo dela!
Uma casa só vai virar um lar quando você for capaz de escrever "Eu te amo" sobre os móveis!
Antigamente eu gastava no mínimo 8 horas por semana para manter tudo bem limpo, caso "alguém aparecesse para visitar" - mas depois descobri que ninguém passa "por acaso" para visitar - todos estão muito ocupados passeando, se divertindo e aproveitando a vida!
E agora, se alguém aparecer de repente?
Não tenho que explicar a situação da minha casa a ninguém...
...as pessoas não estão interessadas em saber o que eu fiquei fazendo o dia todo enquanto elas passeavam, se divertiam e aproveitavam a vida...
Caso você ainda não tenha percebido: A VIDA É CURTA... APROVEITE-A!!!

Tire o pó... se precisar...

Mas não seria melhor pintar um quadro ou escrever uma carta, dar um passeio ou visitar um amigo, assar um bolo e lamber a colher suja de massa, plantar e regar umas sementinhas?
Pese muito bem a diferença entre QUERER e PRECISAR !

Tire o pó... se precisar...

Mas você não terá muito tempo livre...
Para beber champanhe, nadar na praia (ou na piscina), escalar montanhas, brincar com os cachorros, ouvir música e ler livros, cultivar os amigos e aproveitar a vida!!!

Tire o pó... se precisar...

Mas a vida continua lá fora, o sol iluminando os olhos, o vento agitando os cabelos, um floco de neve, as gotas da chuva caindo mansamente....
- Pense bem, este dia não voltará jamais!!!

Tire o pó... se precisar...

mas não se esqueça que você vai envelhecer e muita coisa não será mais tão fácil de fazer como agora...
E quando você partir, como todos nós partiremos um dia, também vai virar pó!!!
Ninguém vai se lembrar de quantas contas você pagou, nem de sua casa tão limpinha, mas vão se lembrar de sua amizade, de sua alegria e do que você ensinou.

AFINAL:

"Não é o que você juntou, e sim o que você espalhou que reflete como você viveu a sua vida."

(Desconheço o Autor)

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