9 de jul. de 2012

Em Harmonia com a Natureza

Dependemos da Natureza não só para nossa sobrevivência física. Também necessitamos da natureza para que nos ensine o caminho para casa, o caminho para sairmos da prisão de nossas mentes.

Focalizar a atenção em uma pedra, em uma árvore ou em um animal, não significa "pensar neles", mas simplesmente percebê-los, dar-se conta deles. Eles transmitem algo de sua essência, sente quão profundamente descansam no Ser, completamente unificados com o que são e com onde estão. Ao perceber isto, você também entra em um lugar de profundo repouso dentro de você mesmo.

Quando caminhar ou descansar na natureza, honra este reino, permanecendo ali plenamente. Acalme-se. Olhe. Escute. Observe como cada planta e cada animal são completamente eles mesmos, diferente dos humanos, não estão divididos em dois, não vivem por meio de imagens mentais, e por isso não precisam preocupar-se em proteger e potencializar estas imagens.

Todas as coisas naturais, além de estarem unificadas consigo mesmas, estão unificadas com a totalidade. Não se afastaram da totalidade exigindo uma existência separada: do "eu", o grande criador de conflitos. Você não criou seu corpo, nem é capaz de controlar as funções corporais. Em seu corpo opera uma inteligência maior que a mente humana. É a mesma inteligência que sustenta a natureza. Para aproximar-se ao máximo desta inteligência, torna-se consciente de seu próprio campo energético interno, sente a vida, a presença que anima o organismo.

Quando se percebe a natureza não apenas com a mente, por meio do pensamento, não se pode sentir sua plenitude de vida, seu ser. Unicamente verá a forma e não estará consciente da vida que anima, do mistério sagrado. O pensamento reduz a natureza a um bem de consumo, a um meio para conseguir benefícios, conhecimento, ou algum outro propósito prático.

Observa, sente um animal, uma flor, uma árvore, e vê como descansam no Ser. Cada um deles é eles mesmos. Eles têm uma enorme dignidade, inocência, santidade. No momento em que olhar além dos rótulos mentais, sentirá a dimensão inefável da natureza, que não pode ser compreendida pelo pensamento.

É uma harmonia, uma sacralidade que além de preencher a totalidade da natureza, também está dentro de você. O ar que respira é natural, como o próprio processo de respirar. Dirige sua atenção à sua respiração e perceba que não é você que respira. A respiração é natural.

Conecte-se com a natureza do modo mais íntimo e interno percebendo a sua própria respiração e aprendendo a manter sua atenção nela. Este é um exercício que cura e energiza consideravelmente. Produz uma mudança de consciência que te permite ultrapassar o mundo conceitual do pensamento e atingir a consciência incondicionada.

É preciso que a natureza o ensine e o ajude a conectar-se com seu Ser. Você não está separado da natureza. Todos somos parte da vida única que se manifesta em incontáveis formas em todo universo, formas que estão, todas elas, completamente interconectadas. Quando reconhecer a santidade, a beleza, a incrível quietude e dignidade que existem em uma flor ou em uma árvore, acrescentará algo a esta flor ou a esta árvore.

Pensar é uma etapa na evolução da vida. A natureza existe em uma quietude inocente que é anterior à aparição do pensamento. Quando os seres humanos se aquietam, vão além do pensamento. A quietude que está além do pensamento contém uma dimensão maior de conhecimento, de consciência. A natureza pode leva-lo à quietude. Este é o presente dela para você.

Quando percebe a natureza e se une a ela no campo da quietude, este se enche com sua consciência. Este é o seu presente para a natureza. Através de você, a natureza toma consciência de si mesma. É como se a natureza tivesse ficado à sua espera durante milhões de anos para adquirir esta consciência.

Eckhart Tolle

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