Juro que eu sonhei, sou de uma geração onde a infância durava até os 12 anos e a adolescência até os 18, que era a fase mais difícil, ou menos fábula, digamos assim, trocávamos o Príncipe da Branca de Neve e da Bela Adormecida por outros mais reais, porém nem sempre possíveis.
Um dia me apaixonei por Roberto Carlos, o cantor. Real, mas tão utópico quanto o Príncipe Encantado dos contos de fadas, que “rechearam” minha imaginação infanto-juvenil. Roberto Carlos cantava todas aquelas canções de amor para mim. Era eu sua musa inspiradora. Cleonice Rossi? Quem era a Nice? Ela não existia no minha fantasia, alias, odiava quando comprava uma revista para ver e ler algo sobre ele e lá estava ela ao seu lado, que ódio! Aquele encontro com a realidade era chocante e desalentador, mas logo esquecia e voltava a sonhar. Até um dia que deixei de fantasiar com ele e tentei um “príncipe” mais próximo.
Me apaixonei por um amigo do meu irmão mais velho. Ele era “bem mais velho do que eu" na época, eu tinha 14 e ele 18, ele era lindo! Com seus cabelos loiros lisos e repartidos de um lado, com aquela franja dourada que caia displicentemente sobre sua face e que ele, num gesto cinematográfico e único, jogava para trás a todo instante. Parecia um “príncipe”, não tinha cavalo branco, andava a pé, mas era real e estava sempre na minha casa, mas foi um amor platônico, ele nunca soube que eu o “amei tanto assim”, só soube se por algum momento percebeu meu rubor, quando ele vinha em casa procurar pelo amigo e me dizia um “oi”. Nunca falou muito mais que isso comigo, a não ser quando me perguntava se meu irmão estava em casa se, eventualmente, eu atendesse a porta.
Logo me esqueci dele, já tinha 15 anos e alguns meninos foram me encantando mais e alguns relacionamentos tomaram formas mais reais e muitos dos meus "príncipes", com o tempo, transformaram-se em "sapos", como muitos "sapos", viraram quase "príncipes"...
Claro que essa minha “viagem” toda começou por causa do casamento Real, entre o Príncipe William e a plebeia Kate Middleton, que por mais que se tente esquivar, a massificação da mídia é tamanha, que é impossível não darmos um mínimo de atenção para os preparativos e comentários televisivos sobre o grande acontecimento do ano.
Sei que muitas “moçoilas” sonhadoras, devem fantasiar horrores com essa propaganda toda. Se é que em pleno século XXI ainda existem "moçoilas sonhadoras e românticas"; uma coisa eu sei, se existirem, elas são bem mais sortudas que a geração do final do século XX; porque o Príncipe William é até bonitinho em comparação a tradicional feiúra inglesa, assim a realidade não fica tão distante da fantasia.
Isso não aconteceu com a minha geração, nem as outras anteriores a minha, que teve como representante Real o Príncipe Charles, aquele monumento de feiura que deu a sorte de casar-se com a linda e admirada Lady Dianna Spencer, tendo a ousadia de trai-la com aquele tribufu da Camilla Parker-Bowles. E, se já não bastasse, ainda tem o mau gosto de declarar seu amor por ela, comparando-se a um absorvente higiênico, "para estar sempre perto de suas partes intimas". Argh, que nojo! E não é que a “menstruada” em questão ainda casou-se com ele?! Muito romântico e poético, não acham? Casalzinho nojento!
Na verdade essa realeza já foi longe demais, a Rainha Elizabeth deveria abdicar do Trono em favor de Charles e esse, por sua vez, em favor do Príncipe William; caso contrário, esse inúteis monarcas, meramente ilustrativos e altamente onerosos, vão acabar perdendo o encanto que ainda resta.
Sendo ele o filho primogênito de Lady Di, a única da nobreza moderna que conquistou fãs e admiradores em todos os continentes, deixa-lo reinar nesse momento de franca decadência da realeza, seria elevar e modernizar a coroa britânica, não permitindo que ela deixe de existir, ao mesmo tempo em que, confortaria a opinião publica que viu começo, meio e fim, aquele “absorvente higiênico” destruir uma das mulheres mais nobres, apesar de plebeia, que o mundo já viu.
By Nádia Tayar
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