Loucos e Santos

Recebi um e-mail contendo esse texto de Oscar Wilde, de uma amiga virtual que nunca vi "sua pupila", a não ser por fotos, mas depois de longas conversas pelo MSN, já enxergamos "nossas almas" e a impressão que tenho (ou temos, posso afirmar sem ter medo de errar), é que nos conhecemos a muitos e muitos anos, tamanha a identificação e carinho que se manifesta em nós, ocorrendo muitas vezes, até mesmo "off line"...
A Patrícia é assim, meio Santa e meio Louca, como eu e como tantas(os) outras(os) que convivem comigo, diariamente ou não, nesse mundo virtual onde nem todas possuem uma face, mas há identidade mútua; como também no mundo palpável, onde vejo suas pupilas, que são a porta de entrada, de seus interiores...

Assim são os amigos que gosto de ter... LOUCOS E SANTOS!

Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.