Ontem eu estava um tanto "pra baixo", resolvi descomplicar e dei margem a uma
brincadeira no Facebook, com uma foto de Michael Jackson, onde ele está pra lá
de lindo e desejável, logo algumas amigas
aderiram e rimos muito.
Não
custa nada sonhar, e dar um novo recomeço para um dia, ou uma noite, que
poderia acabar trazendo rugas de tristeza... Já que a perfeição da juventude não é eterna, que sejam rugas de alegria...
Hoje, ao acessar meus e-mails, deparei com essa
mensagem de uma amiga e logo entendi o recado... É uma "daquelas coisas" que
chegam até nós no momento certo e, que me fazem acreditar cada dia mais, que o
acaso não existe! Valeu Mazé!
Se eu
tivesse que escolher uma palavra – apenas uma – para ser item obrigatório no
vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: descomplicar.
Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho
que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos
dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos
culpa, olhar menos para o espelho. Descomplicar talvez seja o atalho mais
seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos – e merecemos
– ter.
Mas há
outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna. Amizade, por exemplo.
Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e
nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo
plano. E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência
com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a
gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e
repetir as histórias que já nos contamos mil vezes – isso, sim, faz bem para a
pele. Para a alma, então, nem se fala. Ao menos uma vez por mês, deixe o marido
ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez
(desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa
amizade consegue proporcionar.
E, já que
falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que
têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e
silêncio.
Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos,
três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia – não importa – e
a ficar em silêncio. Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até
100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos,
reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.
Também abra
espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir.
Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão
de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser
banidas do nosso dia a dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora,
preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela
amiga engraçada – faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesma,
cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.
Quanto à
palavra dieta, cuidado:
mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas
companhias.
Deixe para discutir carboidratos e afins no
banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de
restaurantes, nem pensar. Se for para ficar contando calorias, descrevendo a
própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação
e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde
sozinha.
Uma
sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim,
deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza.
Ter classe
não é usar roupas de grife: é ser delicada. Saber se comportar é infinitamente
mais importante do que saber se vestir. Resgate aquele velho exercício que anda
esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria
de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha,
em casa, no supermercado, na academia.
E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar.
Sonhe com
aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você
ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia
(quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Richard Gere... Sonhar
é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça. E recomece, sempre que for
preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. A
vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.
E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição.
O dicionário
das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites. Pare de
brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a
profissional que sabe tudo, a esposa nota mil.
Acima de
tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto
sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni.
Mulheres
reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas são
mulheres livres.
Viver não é
(e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a
busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito mais
possível.
Leila
Ferreira
Gostei, bela mensagem !
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