10 de jul. de 2011

Dia de Supermercado, Dia de Martírio!

Se tem uma coisa que não gosto, é ir ao Supermercado fazer as compras semanais. Que martírio!
Claro que agradeço a Deus por poder abastecer minha casa com comida, bebida e produtos de higiene pessoal e doméstico, que nos dão excelente qualidade de vida, em comparação há muitos que não dispõe nem do mínimo necessário para sobrevivência. Reconheço ser privilegiada e agradeço a Ele!
Meu desespero começa, porque tenho que fazer isso aos sábados. Durante a semana, os afazeres domésticos e profissionais, sem falar da “assistência participativa” aos filhos, marido, mãe e cachorro, quando não “pintam os extras”, tornam impossível por falta de horário, dedicar-me as compras.
Assim, como todo pobre, que “enquanto descansa carrega pedra”, elegi os sábados para minha missão de guerra - ir ao supermercado! Parece mesmo uma guerra, ou que entraremos em uma e todos se dirigem aos centros de compras, para abastecerem seus “esconderijos”, de onde só poderão sair quando for novamente decretada à paz. Parece que declararam estado de alerta!
O martírio começa no estacionamento; se você não sabe disso aprenda, supermercado com estacionamento vazio é careiro, fuja dele. Se quiser ofertas e preço bom, vá naquele que está mais cheio. Sim, o martírio aumenta, mas sobram uns trocos e diminui o suplício.
O estacionamento quanto maior, menos vagas. Quando avisto uma é de deficiente ou idoso, podem me apedrejar, mas detestar fazer compras e ainda ser politicamente correta é um esforço sobre-humano, não consigo.
Já pensei em parar numa vaga de deficientes e descer do carro mancando, pegar um carrinho daqueles motorizados e “passear” pelos corredores tranquilamente, mas é muita cachorrada, deve ser até pecado, nunca tive coragem de colocar minha ideia em pratica.
Por não ter ainda 60 anos, também não sou idosa, mas já notei que há mais vagas de idosos que idosos fazendo compras, deixo minha civilidade de lado e estaciono nela. Sempre deu certo, hoje o guarda do estacionamento resolveu cismar comigo e assim que desci do carro, falou:
- Senhora, desculpe-me, mas essa vaga é para idosos.
Fiz cara de cínica e desentendida e falei:
- Eu sei. E quantos anos você acha que eu tenho?
Ele ficou meio sem jeito e, com um sorriso amarelo, disse:
- Desculpe, mas a senhora não aparenta ter 60 anos.
- Jura? Você acaba de melhorar meu dia! Se não fosse antiético te dava um beijo! – Falei sorrindo e com cara de feliz e fui travando o carro e caminhando pra porta de entrada.
Ele apenas sorriu e não disse mais nada, mas também dizer o que não é? O cliente tem sempre razão!
Carro devidamente estacionado, carrinho na mão, listinha na outra, bolsa a tiracolo e vamos às compras...
Transitar nos corredores dos mercados é um grande teste de habilidade e coordenação motora, não há semáforos, pisca e, principalmente, luz de freio.
Na primeira parada que dei para pegar alguns itens, veio uma e bateu no meu tornozelo - nossa, dói mais que chute no saco! A má condutora infeliz ainda fala, ao ver minha cara de dor e ódio: - Te machuquei? Desculpa, estava olhando pra prateleira. Não respondi, o único som que ela ouviu de mim foi meu “aí”, no mais ganhou um olhar de desprezo, cravejado de raiva e uma cara feia. Não disse nada.
Já notei que muitos vão às lojas varejistas apenas para conversar, chegam a formar rodinhas de bate-papo no meio dos corredores, acumulando-se mais em torno do café gratuito; se resolvessem cobrar o cafezinho, diminuía muito o movimento, é um bando de desocupado atrapalhando quem tem que fazer suas compras. Só tomo o café quando estou indo embora, não atrapalho ninguém.
Depois de um anda e para, desvia pra cá e pra lá, senha pra açougue e fila, senha pra frios e fila, senha pra peixaria e fila, pisão no pé no verdurão, congestionamento nos laticínios, criança chorando, outros maiores tirando racha com carrinho - esses últimos eu adoro quando encontro e por azar dão de cara comigo, dou uma encarada neles com cara de brava enrugando a testa, que eles perdem rumo e somem! Criança da gente é gracinha, dos outros é pentelho. Quando os pais vão aprender isso?
Por lidar com o público, profissionalmente, e ser “velha conhecida” na cidade, entro e saio torcendo para não ser vista e ter que conversar, outro dia um cliente me fez dissertar meu catalogo de vendas em pleno corredor... Devia ter levado o Notebook.
Uma amiga que há muito não via, entrou nuns papos de “que muitos já morreram” e enterrou até quem está vivo, levei um susto tão grande, que de lá mesmo liguei para um conhecido pra confirmar o tal óbito, felizmente foi engano dela, deve estar solitária e com depressão, dei meu cartão e pedi pra ela me ligar, faço meus “extras” com carinho...
Não que eu não goste de conversar, quem me conhece sabe que adoro, falo até com quem não conheço, mas no supermercado atrapalhamos e somos atrapalhados, nisso sou politicamente correta.
A fila do caixa é outro “Deus nos acuda”, fora a lentidão natural, ainda tem sempre aquele que “esqueceu alguma coisa” e vai buscar e demora pra voltar...
 É nessa hora que aproveito para me inteirar do que acontece nas novelas, leio a capa das revistas e vou entendendo um pouco do que se passa, como não gosto de assisti-las, torna-se muito útil, porque sempre aparece uma “cliente noveleira” e é bom ter noção do que acontece para puxar assunto e ganhar prestigio. É unir o útil ao desagradável.
Boa mesmo é a sensação de dever cumprido e liberdade que sinto, quando coloco as compras no porta-malas, acendo um cigarrinho e vou pra casa... Que felicidade!
Claro que ao chegar em casa tem o martírio de ter que guardar tudo, mas aí é uma outra historia... 

 (By Nádia)




3 comentários:

  1. Nádia,
    Ri de mais.kkkkkkkk
    Por isso mesmo eu raramente vou ao supermercado..
    Só vou mesmo quando tenho que comprar algo que quero ser eu a escolher.
    Fazer a lista já me dá uma trabalheira...
    Bom descanso! (carregando pedra)kkkkk
    Adin

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  2. Adin,

    O que não tem remédio, remediado está... Fazer o que???....kkkkkkkkk

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  3. ahahahahaha Nádia as suas compras parecem uma aventura... aqui tb é assim nos hiper-mercados.
    Mas tem razão, eu tb detesto fazer as compras, mas tem que ser.

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